Estudantes do Anglo Viçosa detectam asteroide em projeto do MCTI em parceria com a NASA

Um time composto por alunos e professores do Colégio Anglo de Viçosa identificou um novo asteroide, nomeado ANG1003. A descoberta foi feita durante a XVIII Campanha de Caça Asteroides, um projeto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações em parceria com International Astronomical Search Collaboration (IASC/NASA Partner). A campanha ocorreu no período de 14 de julho a 8 de agosto.

O grupo foi composto pelos alunos Camila Dias Texeira, Isaac Gabriel Avelino Reis, João Pedro Pereira de Paula, Johan Claus Coutinho Detmann. Eles foram auxiliados pelo professor de Química Danilo de Souza Araújo e pelo professor aposentado do Departamento de Química da UFV Efraim Lázaro Reis.

Cada equipe recebe uma quantidade de registros para serem analisados e, semanalmente, o programa envia um relatório com as descobertas da semana. Durante as análises de imagens, os participantes conseguem identificar quais movimentos nas imagens são característicos de um asteroide.

Ao encontrar um novo asteroide, o grupo responsável pela descoberta tem a possibilidade de nomear o corpo celeste. Utilizando um software chamado Astrométrica, o time do Anglo Viçosa analisou 27 pacotes de imagens registradas por um telescópio da Universidade do Havaí, nos EUA.

O professor Danilo Araújo é também Coordenador do Comitê de Olimpíadas Científicas do Colégio Anglo, e destaca a importância desse tipo de atividade para a formação dos alunos. “A importância da participação nesse tipo de desafio é de primeiro, valorizar a cultura acadêmica, dando destaque aos alunos de bom rendimento. Em segundo lugar, é de envolver os alunos de forma prática em áreas que já são do seu interesse. Outra coisa, é que a partir dessa valorização da cultura acadêmica, despertamos em outros alunos a vontade de participar.”

A participação no Programa Caça Asteroides não é exclusiva para acadêmicos. Como destaca o professor Efraim Lázaro Reis, “Toda pessoa pode aprender, só precisa ter vontade e tempo, porque as análises de imagem demandam dedicação”. Segundo o professor, o Programa também possui outras finalidades. “Apesar do objetivo principal da iniciativa ser popularizar a ciência e astronomia entre os cidadãos, ela também tem um segundo – e não menos importante – benefício: através dos esforços colaborativos de pessoas em todo o mundo, são identificados centenas de novos asteroides anualmente que podem, eventualmente, oferecer alguma ameaça à Terra”, conclui.

Estudante da primeira série do Ensino Médio, Camila Dias Texeira está feliz com o resultado desta campanha. “Foi uma experiência muito boa, apesar de ser trabalhosa para mexer no programa e analisar as imagens. Conseguimos aprender muita coisa sobre astronomia e astrofísica e acho que deu resultados muito bons, mesmo que no início tivéssemos medos de não encontrar nada”.

O resultado foi fruto da dedicação do time, que aceitou o desafio durante o período de férias escolares. “Tivemos um time altamente engajado que se comprometeu em analisar todos os pacotes de imagens enviados pelo IASC mesmo durante as férias. O que resultou na descoberta do ANG1003. E já fomos aprovados para participar da campanha 19, que vai ocorrer no período de agosto a setembro”, completa o professor Danilo Araújo.

O Programa Caça Asteroides MCTI é um programa em parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e o International Astronomical Search Collaboration (IASC/NASA Partner), Conta com o apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (SEDUC/MT) e Observatório Nacional-ON. Tem com o objetivo de popularizar a ciência entre cidadãos voluntários.